O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira (1º) que “haja um processo de reparação de danos” ambientais que envolva todos os países. De acordo com ele, “muitos países que tentam dar lição ao Brasil até agora sequer assinaram o Protocolo de Kyoto” como, por exemplo, os Estados Unidos. Lula afirmou que defendeu no fórum do G-8 – reunião das sete nações mais ricas e a Rússia – que os países mais desenvolvidos se reúnam com China, Índia, Brasil e México para “administrar qual a responsabilidade de cada um”.
No encontro do G-8, o presidente citou dados indicando que os Estados Unidos são o principal poluidor mundial. Dados divulgados por Lula revelam que os norte-americanos emitem 70 toneladas de poluentes por quilômetro quadrado, enquanto, no Brasil, esse número seria de 1,9 tonelada.
De acordo com o presidente, os países que se desenvolveram mais cedo também emitem gases poluentes há mais tempo. “A responsabilidade histórica é maior para alguns”, disse ele, durante a cerimônia de lançamento do Fundo da Amazônia, do Fundo de Mudanças Climáticas e do Protocolo Verde, assinado por cincos bancos federais. Segundo Lula, é importante dar as informações corretas sobre os danos ambientais “porque, se não, aparece alguém dizendo que tem cana na Amazônia e que o etanol de cana afeta os alimentos”.
O presidente também lembrou que será realizado um evento internacional em setembro, no Brasil, para discutir os efeitos do biodiesel sobre os alimentos e o meio ambiente. Ele comentou que 85% da energia elétrica do Brasil é limpa e citou os carros flex – que podem usar dois diferentes tipos de combustíveis, entre eles o etanol. “Quem é que pode ter esse discurso no G-8? Não pode ter”, disse
Amazônia
Lula afirmou ainda que o Brasil assumirá todas as responsabilidades de preservação da Amazônia e do meio ambiente. “O Brasil quer garantir a soberania sobre o território amazônico e sobre suas decisões.” Segundo ele, “muita gente fala da Amazônia como se fosse dona dela”. Para o presidente, é melhor para a imagem do Brasil e para a economia do País “fazer as coisas direito” em termos ambientais.