O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira (2) mudanças nas agências reguladoras para permitir demissões dos indicados se o modelo não estiver funcionando. "Quem nomeia tem de ter o poder de demitir", disse Lula, em reunião do Conselho Político do governo, que reúne 11 partidos da coalizão, no Palácio do Planalto. Na prática, o presidente fez coro com recentes declarações do novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, que condenou o "engessamento" das agências.
Lula garantiu que, logo depois de retornar da viagem que fará ao México e a quatro países da América Central e Caribe, na próxima semana, vai rediscutir o projeto de reestruturação das agências com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. O governo estuda a possibilidade de encaixar no projeto, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, salvaguardas para permitir a demissão dos indicados que compõem a diretoria das agências reguladoras.
A crise aérea expôs com todas as letras da politicagem que domina o setor. Na semana passada, reportagem do jornal O Estado de S.Paulo revelou que, dos cinco diretores da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), donos de mandatos fixos, apenas um tem perfil técnico. Ao assumir o Ministério da Defesa, no último dia 26, Jobim admitiu a necessidade de mudanças na Anac. "Vamos ver se a modelagem da Anac serve para a aviação brasileira. Se precisar alterar, vamos alterar", disse Jobim. "Não podemos ficar engessados", acrescentou.