Lula dá cartada decisiva ao chamar os líderes aliados

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, durante almoço com os líderes da base aliada na Câmara, que discorda da hegemonia do PT no governo, segundo afirmou, após o encontro, o líder do PSB na Casa, Renato Casagrande (ES). Na reunião, Lula assegurou ainda, conforme Casagrande, que vai melhorar a relação com os partidos da base e realizar reuniões com mais freqüência com eles. O líder do PV na Câmara, Márcio Ortiz (SP), que também participou da audiência, afirmou que o presidente, dirigindo-se ao líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse: "O Arlindo deve ser mais líder do governo que do PT."

Ainda no encontro, Lula deixou claro aos parlamentares que prestigia o chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República, Aldo Rebelo. "Inventaram a briga do governo com o Aldo", disse o presidente, de acordo com o líder do PSB na Câmara. "Nunca, em hipótese alguma, pensei em tirar o Aldo. Ele só sai se nós dois decidirmos isso", teria ainda dito.

Sobre as notícias da última semana, segundo as quais o chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República sairia do governo e que o chefe da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência, Luiz Gushiken, pediu a troca dele, Lula disse que Gushiken esclareceu a questão com o comunista.

Decisiva

Ao chamar os líderes dos partidos aliados para um almoço, ontem, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma cartada decisiva e fez um gesto importante para reunificar a base. Lula atropelou a iniciativa dos aliados, que tinham marcado um almoço num hotel de Brasília, para discutir a difícil relação com o PT, que se recusa a abrir espaço para os outros partidos.

Seria um fato político que acirraria ainda mais os ânimos na base, uma vez que os petistas ficariam de fora do encontro. Mas ele optou por incluir o líder do partido na Câmara, Paulo Rocha (PA), e ainda encarregou o líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), de fazer o convite aos deputados do PMDB, PSB, PC do B, PL e PV. As críticas que os aliados fariam ao PT, numa reunião reservada, foram agora transmitidas sem constrangimento a Lula, só que na presença de Rocha e Chinaglia.

O tom da conversa dos aliados foi decidido num encontro prévio realizado antes de saírem para o Planalto. Eles explicitaram ao presidente o que pensam do PT: a legenda não tem responsabilidade com o projeto de governo de Lula e, além disso, deixa apenas nas mãos dos aliados as questões políticas e assume uma postura dúbia no encaminhamento das dificuldades.

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