O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, foi recebido em audiência neste sábado (1º) pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, a quem entregou carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com proposta de visitas de alto nível entre os dois governos.
A informação foi transmitida pela assessoria de imprensa do Itamaraty. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o chanceler brasileiro externou ao presidente iraniano os objetivos do governo brasileiro no sentido de estreitar os laços comerciais bilaterais, atualmente com superávit (saldo positivo) para o Brasil.
Celso Amorim se fez acompanhar pelo ministro dos Negócios Estrangeiros daquele país, Manouchehr Mottaki, e à saída do palácio presidencial deu entrevista à imprensa. Na conversa com os jornalistas, ele ressaltou que Brasil e Irã são grandes países do mundo em desenvolvimento, que “compartilham algumas visões sobre temas centrais da agenda internacional”.
Amorim disse que conversou com o presidente Ahmadinejad sobre a crise financeira que aflige o mundo, e ambos entenderam que também existe crise de governança. Nesse sentido, o chanceler brasileiro destacou a importância dos países se entenderem e “procurarem influenciar o redesenho da ordem internacional”.
Em sua visita a Teerã, acompanhado por pesos-pesados da indústria nacional – notadamente dos setores de automóveis, petróleo e alimentos – o chanceler Amorim participará amanhã (2) de encontro comercial Brasil-Irã. O objetivo, acrescentou, é ampliar o comércio com o Irã, maior mercado brasileiro no Oriente Médio, que absorveu 28,7% de nossas exportações para a região, no ano passado.
A visita do ministro se reveste de importância ainda maior por se tratar de uma reaproximação entre os dois países. De acordo com o Itamaraty, a última visita de um chanceler brasileiro a Teerã foi há 17 anos. O encontro atual se insere na estratégia brasileira de reforçar contatos e estimular a diversificação dos laços comerciais, bem como na manutenção do diálogo constante entre os países em desenvolvimento.