O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou nesta quarta-feira (5), o acordo firmado por Equador e Colômbia, na Organização dos Estados Americanos (OEA), sobre o conflito envolvendo o ataque do Exército colombiano a integrantes Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no território equatoriano. "Como presidente do Brasil, fico torcendo e pedindo a Deus que logo se restabeleça a harmonia entre Colômbia e Equador, que é tudo que precisamos", afirmou ele, ao classificar o acordo como uma "decisão madura e rápida".
Em rápida entrevista no Palácio do Planalto, Lula disse que não conhece todo o texto do acordo, mas avaliou que a decisão, no âmbito da OEA, "é um passo extremamente importante". Ele ressaltou que um dos pontos importantes da decisão, "que está nos blogs do mundo inteiro", é o que cria uma comissão de investigação da OEA sobre o episódio, proposta sugerida por ele.
Ao enaltecer a comissão, Lula fez críticas à invasão pela Colômbia do território equatoriano. "Acho importante (a comissão), porque vamos aprendendo também que por mais soberano que seja um país, ele é soberano no seu território e não no território dos outros". E completou: "Se a gente permite que isso (invasão territorial) continue acontecendo sem que haja ação de um conjunto de países, qualquer fronteira pode ser violada e as pessoas acham que não tem de dar explicação".
Lula aproveitou para enaltecer a política externa do governo de priorizar as relações com os países vizinhos. "Tenho dito todo dia que não há perspectiva deste continente dar um salto de qualidade e crescer economicamente e socialmente se não tivermos uma política de quase tranqüilidade, se os países não forem realmente irmãos", afirmou. "Estamos com projeto de fortalecer o Mercosul e criar o Banco do Sul, que são instrumentos que vão possibilitar a melhoria das relações entre os países". Lula afirmou que a ingerência de um país em outro cria fissuras e atritos que impedem a região andar para frente.