Salvador

(AE) – O candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-PL) cobrou, na manhã de ontem, pela primeira vez, punição a eventuais envolvidos no suposto esquema de cobrança de propina na prefeitura de Santo André, no Grande ABC (SP). “A investigação tem de ser a mais serena possível, mas, se as pessoas forem culpadas, paguem, e aí não tem escolha: pode ser do PT ou do PSDB, se cometeu um erro, tem de pagar isso na Justiça; agora, se as pessoas forem inocentes, dê o atestado de idoneidade a essas pessoas.” As declarações foram feitas no Largo da Lapinha, no início do desfile em comemoração à independência da Bahia.

Lula assinalou que o PT tem todo o interesse de investigar o caso de Santo André, citando que os petistas criaram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e o então secretário de Serviços Municipais da prefeitura, André Klinger Sousa, apontado como um dos principais envolvidos no esquema, foi afastado. Mais tarde, o candidato da Coligação PT-PL a presidente evitou comentar o conteúdo das fitas de conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal (PF) entre secretários municipais da cidade André e colaboradores do PT. “Eu nem sei se tem fita ou grampo”, disse, criticando, contudo a escuta da PF. “Acho uma insanidade a Polícia Federal fazer o papel que fez, se é que fez”, declarou. “Não é possível que nos submetamos a uma política onde qualquer um tem o direito de fiscalizar, de filmar, de gravar e publicar: aí, acabou a ordem no Brasil.” Lula cobrou o cumprimento da lei, da ordem, da hierarquia “e que a Justiça cumpra seu papel”.

Nessa linha, elogiou a decisão do ministro Nélson Jobim, do Supremo Tribunal Federal (STF), que não acatou o pedido de abertura de inquérito feito pelo procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, para investigar o suposto envolvimento do presidente nacional do PT, deputado José Dirceu (SP), no episódio. “Acho que o Jobim apenas moralizou o Brindeiro”, disse, atestando a “honradez” de Dirceu, a quem conhece há 30 anos. Lula se incomou o ser perguntado se a posição da senadora Heloísa Helena (PT-AL), candidata a governadora de Alagoas, que não aceitou a coligação dos petistas com o PL no Estado, prejudicaria a aliança como um todo.

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