Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva citou o caso do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para defender a necessidade de foro privilegiado para políticos. Meirelles é investigado por uma denúncia de evasão de dinheiro ao exterior de forma irregular na época em que presidia o Banco de Boston, em 1999. O processo precisa ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por conta do foro especial.
"Você não pode deixar, porque esse cidadão que é presidente do Banco Central, ele poderia ser preso se um juiz de qualquer lugar resolvesse prendê-lo. Então, você precisa dar às pessoas a garantia que a pessoa não vai ser truncada na possibilidade de exercer a sua função porque alguém entendeu que precisa prender. Nós precisamos garantir que haja, sabe, normas processuais que respeitem a democracia e permita que as pessoas exerçam as funções?, disse.
Segundo Lula, se não houver o tratamento especial qualquer juiz poderia mandar prender um político acusado. ?Nós levamos o Meirelles ao Banco Central para cargo de ministro para dar a ele a possibilidade de ser julgado no Supremo Tribunal Federal. Se você não fizer esse tratamento daqui a pouco se pega um juiz de Caetés, o Meirelles passa por lá e o cara manda prender.?
Questionado se é a favor do foro privilegiado, Lula afirmou que sim. ?Eu não acho que um governador, um presidente da República seja julgado em qualquer comarca desse país, ou seja, é preciso que tenha foros que cuidem disso com carinho?, completou em entrevista coletiva para emissoras de rádio, no Palácio do Planalto.
