O vice Alencar e o presidente continua após a publicidade |
Mesmo com a queda de seis pontos na popularidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua como favorito às eleições de 2006, conforme pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) encomendada ao Instituto Sensus e divulgada ontem.
Os pesquisadores entrevistaram 2 mil eleitores entre o dia 12 e quinta-feira (14). A maioria dos cenários indica que Lula seria reeleito em primeiro turno. A única possibilidade de haver segundo turno ocorre quando é apresentada aos entrevistados uma lista em que ele disputa com sete candidatos. É uma hipótese que considera o fim do sistema de verticalização, que obriga a reprodução, nos estados, da aliança partidária feita em âmbito nacional.
Nesse caso, Lula teria 37,5% dos votos; o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, 10,9%; o secretário de Governo e Coordenação do Estado do Rio, Anthony Garotinho, 10,8%; o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), 8,3%; o prefeito do Rio, César Maia, 5,6%; a senadora Heloísa Helena (Psol-AL), 2,6%; o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, 2%, e o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), 1,3%.
Cenários
Em outros oito cenários, em que o presidente disputaria com, no máximo, quatro candidatos – nesse caso, mantendo-se a verticalização, que reduz o número de candidaturas -, ele seria eleito em primeiro turno, obtendo um patamar acima de 43% na maioria dos panoramas considerados pelo levantamento. Apenas numa disputa com Garotinho (15,3%), Alckmin (12%) Heloísa (5,4%) e Severino (2,9%), Lula ficaria num patamar abaixo de 40%, recebendo 39,1% dos votos.
A sondagem detectou que os dois principais concorrentes do presidente, se as eleições fossem hoje, seriam Ciro e o secretário de Governo e Coordenação do Estado do Rio. Numa simulação em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aparece como candidato do PSDB, Garotinho teria uma vantagem inexpressiva – 14,9% contra 14,7% do tucano.
Nessa simulação, o presidente teria 43,1%. Em outra lista, na qual o candidato do partido é o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, o secretário de Governo e Coordenação do Estado do Rio ficaria com 16,7% e o mineiro, com 9%. Nesse caso, Lula teria 45,5% dos votos. Em outra simulação, foi oferecida aos eleitores a opção de escolher entre o presidente, o ministro da Integração e o governador de São Paulo.
Nesse caso, Lula teria 44,9%, Ciro, 15,6%, e Alckmin, 12,5%. O governador fica em segundo lugar em outros dois cenários. Numa disputa em que entraria Maia, o presidente teria 47,7%, o governador, 14,6%, e o prefeito do Rio, 8,8% dos votos. Alckmin também fica em segundo lugar num panorama em que concorrem Alencar e Severino.
Pesquisa revela certo desgaste
São Paulo – O cientista político e professor Fábio Wanderley Reis, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), afirmou que a queda no índice de popularidade do presidente Lula, de 66,1% para 60,1%, afeta "um pouco" a imagem dele, mas ainda é insuficiente para detectar uma tendência de queda ou desgaste. Apesar disso, Reis afirmou acreditar que a área política do governo continua em desacerto e que o PT age com "arrogância" com relação às composições partidárias, fundamentais para as eleições de 2006. "O PT continua arrogante e provocando uma sucessão de erros na conduta política do governo, sobretudo na formação de uma sólida aliança, fundamental para a sucessão eleitoral do ano que vem", disse.