O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou sua visita à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em cerimônia de inauguração de laboratório voltado aos testes para a camada do pré-sal, localizada abaixo do leito marinho, para criticar a burocracia que “emperra o desenvolvimento”.

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Em crítica direta ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lula disse que a máquina da fiscalização tornou-se maior do que a máquina da produção. “Se o (ex-presidente) Juscelino Kubitschek quisesse fazer Brasília nos dias de hoje, terminaria seu mandato sem conseguir a licença para fazer uma pista de pouso para seu avião para estudar o Planalto Central”, disse. Para o presidente, “agora a máquina voltou a aprender a investir”, referindo-se à atuação do governo, em especial do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

Lula lembrou que o BNDES passou um período com a função de apoiar as privatizações e, sem fazer menção direta à qual fase estava se referindo, afirmou que nesta época o banco “desaprendeu a investir”. O presidente comentou que, quando entrou no governo, perguntou qual era o tempo necessário para análise de um projeto pelo banco de fomento e recebeu como resposta que era de 275 dias. “Não é possível”, disse Lula, queixando-se da demora e da burocracia.

Educação

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Durante o discurso, o presidente enfatizou o apoio do governo à educação, à ciência e à tecnologia. De acordo com ele, “o País não será nunca uma grande nação se não investir em educação e pesquisa”.

Lula aproveitou a presença em uma universidade para elevar o que vem sendo feito na seara educacional do País. “Quando vi que um PAC dava certo, resolvi fazer PAC para todo lado”, disse, lembrando que o PAC educacional vai investir R$ 41 bilhões nos próximos anos.

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Ele ressaltou que “foi preciso um governante sem ensino superior para fazer o que os outros não fizeram”. “A gente olha para a educação do País e vê que tem Estados ricos em que 80% estudam em universidades privadas. Nada contra escolas privadas, mas tudo a favor das públicas. Me pergunto porque em tantas décadas se investiu tão pouco em universidades públicas. Todos os governantes, até os militares, tinham cursos superior. Eu e o (vice-presidente) Zé (José) Alencar fomos os únicos, por sorte ou por azar, sem curso superior e não falo com orgulho não. Possivelmente por eu não ter o conhecimento acadêmico facilita para fazer as coisas, porque não tem disputa acadêmica”.

Lula também brincou com a plateia dizendo que “tinha loucura para fazer Economia”. “Mas bom mesmo é ser economista da oposição. Quando a gente está de fora a gente acha que sabe tudo. Se eu tivesse feito Economia, não seria presidente da República”.