A campanha tucana à Presidência da República subiu o tom de agressividade ontem, durante convenção do PFL, em Brasília, e atacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato à reeleição. O suposto uso exagerado de bebida por Lula foi explorado, publicamente, pela primeira vez. Em discurso, o candidato a vice-presidente na chapa tucana, José Jorge (PFL), disse que ele bebe. O candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB), aos brados, afirmou que acabará com a ?roubalheira e tratar de governar?, em um dos momentos mais inflamados durante a campanha.
Os dois procuraram associar Lula à falta de trabalho. ?É um governo que se caracteriza pela incompetência, pela falta de trabalho. Hoje, temos um presidente que não trabalha, só viaja e bebe muito, como dizem por aí. Para ser presidente, é preciso ser honesto, ser competente. Precisamos do governo da verdade e não da mentira?, afirmou Jorge, para uma platéia estimada pela Polícia Militar em 30 mil pessoas. O tom dos aliados de Alckmin contra Lula tem subido nos últimos dias. Na semana passada, o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), referiu-se ao presidente como ?ladrão?, em reunião fechada com a direção do partido em São Paulo.
O discurso de Alckmin foi elogiado pelos aliados. ?Ele está pegando o tom?, avaliou o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) um dos coordenadores da campanha. Após a convenção de ontem, Alckmin disse que evitará ataques pessoais durante a campanha e que falará de propostas. ?O tom da campanha é projeto, é trabalho?, afirmou o candidato.
PT indignado
O PT reagiu com indignação à declaração de José Jorge (PFL). A afirmação foi considerada uma reação ?nervosa?. ?É algo típico do PFL, um partido de pessoas arrogantes e autoritárias, que não toleram ver um trabalhador na Presidência e muito menos o apoio do povo brasileiro a esse trabalhador?, disse o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP).
