Lula articula formação de pacto político-social

Belo Horizonte

  – O governo está pegando carona na sucessão das presidências da Câmara e do Senado para ampliar sua base de apoio parlamentar e construir o pacto político e social que lhe permita aprovar as reformas. Os quatro ministros mineiros que acompanharam as articulações do candidato do PT a presidente da Câmara, João Paulo Cunha (SP), em Minas Gerais, anteontem, fizeram muito mais do que pedir voto para o petista. A proposta de um pacto político e social foi novamente colocada nas rodas políticas.

“O significado do nosso encontro ultrapassa a busca de uma eleição para a Câmara”, afirmou o secretário Nacional dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, primeiro ministro a discursar à platéia de deputados e prefeitos mineiros de todos os partidos, reunidos em um jantar com João Paulo em Belo Horizonte. “Será necessário um pacto político e social para vencer de vez a crise que o governo está superando graças a um esforço policlassista e suprapartidário”, completou o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci.

Além de Nilmário e Dulci, os ministros Anderson Adauto (Transportes) e Walfrido Mares Guia (Turismo) também circularam com bom humor e grande desenvoltura entre tucanos, pefelistas, peemedebistas e pepebistas presentes. Entre goles de vinho ou whisky, mas com unidade de discurso, eles começaram o trabalho de diálogo e aproximação com o novo Congresso para facilitar a aprovação de reformas polêmicas como a tributária e a previdenciária.

Modelo

“Lula foi eleito para fazer mudanças políticas, estruturais e para mudar o modelo econômico. Mas não queremos o País dividido entre forças antagonizadas. Ao contrário, queremos encaminhar as mudanças de forma pacífica, dialogada, o que implica em construir uma nova maioria na sociedade e no Parlamento também” afirmou Nilmário Miranda. O clima “pacífico e alegre” que marcou a transição de governo deve ser mantido, alertou Dulci, na construção de uma Mesa Diretora plural e que todos os espaços de comando, comissões e relatorias do Congresso sejam “bem repartidos” entre as várias forças políticas.

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