No encontro de logo mais, às 10 horas no Palácio do Planalto, com o presidente do Equador, Rafael Correa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lhe dará razão no embate com a Colômbia, que no último domingo invadiu parte de seu território, durante combate com guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Mas lembrará que o Equador é de paz e que, por isso mesmo, precisa ficar longe das Farc. Caso contrário, poderá perder todos os argumentos.

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Para o Brasil, segundo um auxiliar do presidente Lula, o direito internacional tem de ser preservado a qualquer custo, o que significa condenar a incursão das forças colombianas no território equatoriano. Para esse mesmo auxiliar, a invasão das Forças Armadas colombianas foi um "caso pensado", porque ocorreu em duas etapas: primeiro, no combate com as Farc e depois, na busca de corpos e apreensão de equipamentos, entre os quais muitos computadores.

A conversa de Correa com o presidente Lula é a segunda etapa de um périplo do presidente do Equador em busca de apoio na sua disputa com a Colômbia. A primeira parada do chefe de Estado equatoriano ocorreu no Peru e teve um significado forte na política internacional. Há uma década, Equador e Peru ainda viviam uma guerra por conflitos de fronteiras. A paz foi patrocinada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Por isso, depois da parada no Peru, Correa decidiu vir ao Brasil.

A expectativa das autoridades brasileiras é que tanto o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, quanto o seu colega do Equador, Rafael Correa, vão continuar a se estranhar por alguns dias. Depois, vão baixar o tom das declarações e acabarão se recompondo, porque esse é o caminho natural dos países da América do Sul. A torcida do Brasil é para que Uribe faça um segundo pedido de desculpas ao Equador, agora sem as justificações para a ação de combate aos guerrilheiros das Farc.

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