Lula durante o anúncio
de sua equipe de governo.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem o restante da sua equipe ministerial, em Brasília. Sem grandes surpresas em relação aos nomes, Lula anunciou a criação da Secretaria de Pesca e dos ministérios da Assistência e Promoção Social, das Cidades e de Segurança Alimentar e Combate à Fome. Ao todo, o governo Lula terá 25 ministérios e oito secretarias. A primeira reunião do ministério já tem data e hora marcadas. Acontece na próxima sexta-feira, às 14h, em Brasília.

As pastas e nomes são os seguintes: Ministério dos Transportes: deputado eleito pelo PT de Minas, Anderson Adauto; Ministério da Cultura: Gilberto Gil; Ministério da Previdência: deputado federal Ricardo Berzoini; Ministério do Planejamento: Guido Mantega; Ministério das Comunicações: Miro Teixeira; Ministério da Ciência e Tecnologia: Roberto Amaral; Ministério dos Esportes: Agnelo Queiroz; Ministério do Turismo: Walfrido Mares Guia; Ministério da Integração Nacional: Ciro Gomes; Ministério do Desenvolvimento Agrário: Miguel Rosseto; Secretaria de Assistência e Promoção Social: Benedita da Silva; Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome: José Graziano; Secretaria Geral da Presidência da República: Luiz Dulci; Advocacia Geral da União: Álvaro Ribeiro Costa; Gabinete de Segurança Institucional: general Jorge Armando Felix; Corregedor Geral da União: Valdir Pires; Secretaria dos Direitos da Mulher: Emília Fernandes; Secretaria de Comunicação: Luiz Gushiken; Secretaria Nacional de Pesca: José Fritsch; Secretaria de Imprensa e Divulgação da Presidência: Ricardo Kotscho; Porta-voz da Presidência: André Singer; Ministério da Defesa: embaixador José Viegas; Ministério das Cidades: Olívio Dutra, e Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social: Tarso Genro.

Ritmo acelerado

O presidente eleito trabalhou em ritmo acelerado nesta segunda-feira para fechar seu ministério. Às 11h, ele se instalou numa suíte convertida em escritório do Hotel Blue Tree e começou a cumprir uma longa agenda com encontros a cada meia hora. Parecia um consultório médico, com a diferença que o interlocutor entrava como cotado e saía como ministro ou secretário. “Devo confessar a vocês que, nos últimos dez dias, trabalhei muito mais do que durante toda a campanha”, comentou Lula após a maratona.

Lula já chegou ao hotel acompanhado por três de seus futuros ministros: Guido Mantega, Ciro Gomes e José Dirceu, além do presidente do PT, José Genoíno. Sua primeira reunião após chegar ao hotel foi com Roberto Amaral, do PSB, futuro ministro da Ciência e Tecnologia. Em seguida, encontraram-se com Lula: Miro Teixeira (PDT), das Comunicações, e Agnelo Queiroz (PC do B), dos Esportes.

Lula almoçou com Ciro Gomes. À tarde, retomou os contatos: Gilberto Gil (Cultura), Walfrido Mares Guia (Turismo), Anderson Adauto (Transportes), Jorge Felix (Segurança Institucional), Ricardo Berzoini (Previdência), Emília Fernandes (Mulher) e o presidente do PDT, Leonel Brizola. “Agora, temos o direito de descansar”, disse Lula.

Na entrevista, ele comentou o noticiário sobre sua equipe, que tinha uma composição diferente a cada dia e a cada veículo. “Eu brinquei muito com vocês”, disse aos jornalistas. “Não que eu não respeitasse a matéria de vocês, mas porque eu sabia que o ministério ia sair da minha cabeça, ia sair das conversas que eu tive com os partidos aliados.” O trabalho braçal de escolha dos indicados de partidos da aliança com o PT foi conduzido por José Dirceu e José Genoíno. Eles conversavam com os dirigentes dos partidos e levavam uma lista de indicados a Lula, a quem cabia a decisão final. O presidente eleito fez questão de dizer, por exemplo, que o futuro ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, havia sido indicação do PTB.

O momento mais tenso nesse processo de formação do ministério foi a tentativa de atrair o PMDB para a base governamental, que fracassou. Após intensas negociações, Lula vetou as indicações do partido na última sexta-feira. Estavam reservadas para o partido as pastas do Planejamento e das Minas e Energia. Elas acabaram ocupadas por dois petistas: Guido Mantega e Dilma Roussef.

Lula fechou seu ciclo de negociações com uma conversa com o presidente do PDT, Leonel Brizola, a quem fez uma homenagem especial por sua luta política ao longo das últimas décadas.

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