Brasília – Em nota divulgada à imprensa ontem, o ministro interino de Minas e Energia, Maurício Tolmasquim, comunicou o afastamento de três diretores de Furnas Centrais Elétricas: Dimas Fabiano Toledo (diretor de planejamento e engenharia), Rodrigo Botelho Campos (diretor de gestão) e José Roberto Cesaroni Cury (diretor financeiro).
A medida, segundo a nota, foi tomada por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a nota, o ministro também pediu à diretoria de Furnas que realize uma "imediata e rigorosa apuração de supostas irregularidades em sua gestão, mencionadas em noticiário da imprensa no dia de hoje (ontem)". Essa mesma determinação também foi feita à diretoria da estatal Eletrobrás.
O Ministério da Justiça também informou, por meio de nota, que o ministro Márcio Thomaz Bastos, a pedido de Lula, solicitou à Polícia Federal imediata abertura de inquérito para apurar as denúncias envolvendo Furnas. Em entrevista publicada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo, o deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) afirma que existiria em Furnas um suposto esquema de desvio de dinheiro em benefício de políticos petistas. Os diretores afastados participariam desse esquema.
Segundo Jefferson, a estatal dividia R$ 3 milhões de caixa dois entre o diretório nacional do PT, que ficava com R$ 1 milhão, o diretório mineiro do partido ficava com mais R$ 1 milhão e alguns parlamentares da base aliada e diretores de Furnas repartiam o R$ 1 milhão restante. "R$ 500 mil iam para a diretoria de Furnas e R$ 500 mil iam para um grupo de deputados que trocaram o PSDB por partidos da base aliada do governo", contou Jefferson.