Surubim – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apontou ontem alguns governadores" e, muitas vezes, o Poder Judiciário como as principais barreiras para a adoção do projeto de transposição das águas do Rio São Francisco. "O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) não é barreira, não; o Ciro Gomes (ministro da Integração Nacional) está trabalhando junto com o Ministério do Meio Ambiente", afirmou, defendendo a proposta como de grande importância para dar "mais sustança ao povo do Nordeste", e que espera "dar o pontapé inicial" para a introdução da idéia.
"Não se tem o direito de ver a água do Rio São Francisco ser levada ao oceano, ser misturada à água salgada, sem poder tirar um pouquinho, uma cuia, para levar a 10 milhões de famílias", disse. "Quem está no bem-bom" não sabe, segundo Lula, o que é ter de andar léguas – como ocorreu com ele na infância no semi-árido – para buscar "um pote d"gua" sem saber que líquido é aquele, se é urina de animal ou tem caramujo.
Ciro falou das incompreensões em relação ao plano, que disse receber "com humildade", mas afirmou confiar no coração do nordestino, "que não será capaz de negar água a quem está precisando". Ele disse que quem tem água teme ficar sem, mas assegurou existir condições de se fornecê-la para todos. O presidente apontou o deslocamento das águas do São Francisco, o empreendimento do biodesel e a duplicação da Rodovia BR-101 como três pilares para o desenvolvimento do Nordeste.
Lula também disse que a saúde bucal será prioridade de seu governo até o final do mandato, já que, historicamente, ela nunca foi "tratada como uma questão de saúde pública", como as outras partes do corpo humano. Até o final deste ano, quatrocentos centros odontológicos gratuitos devem ser instalados em todo o País.
Presidente pousa na Fazenda Catolé
Brasília – A chuva e a falta de visibilidade forçaram o pouso do helicóptero do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um Super Puma, na Fazenda Catolé, de propriedade do fazendeiro Agamenon Gomes da Silva Júnior, em Toritama, a 32 quilômetros de Caruaru, no interior de Pernambuco. A decisão de pousar na propriedade rural, que fica entre Surubim e Caruaru (distante 70 quilômetros uma da outra) foi de Lula, que afirmou desejar cumprir a agenda por considerá-la muito importante.
Diante das péssimas condições climáticas, ao ser consultado pela equipe técnica do aparelho, que lhe ofereceu duas alternativas – pousar no caminho e mandar chamar o comboio para seguir de carro rumo a Caruaru ou seguir direto ao Recife, onde as condições de tempo eram boas, ele preferiu descer na fazenda com o objetivo de prosseguir o trajeto de 32 quilômetros de carro. O trajeto entre as duas cidades demoraria 20 minutos. Lula, estava acompanhado dos ministros da Educação, Tarso Genro, da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, do governador interino de Pernambuco, Mendonça Filho, e de outros integrantes da comitiva.