Lula acredita que “povo pobre” foi quem o apoiou no governo

Ovacionado por 5 mil pessoas que lotaram o estádio de futebol da Vila Bom Jardim, na periferia de Fortaleza, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dividiu nesta quinta-feira (28) com o povo as conquistas na economia e a "reconquista do respeito" do País no cenário mundial. "Nós conquistamos isso", afirmou, em meio a gritos e aplausos, ao se referir ao fim da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao fato de, "pela primeira vez nos seus 500 anos", as reservas brasileiras superarem as dívidas pública e privada.

"Digo nós porque, nos momentos difíceis, quem foi para rua me apoiar não foi nenhum grã-fino da política brasileira, foi o povo pobre, o povo humilde desse País que sabia o benefício que estava recebendo", afirmou, ao lembrar ser mais fácil destruir do que construir. "Na política, às vezes, tem meia dúzia trabalhando e dezenas ou centenas trabalhando para evitar que as coisas aconteçam.

"Eu, como apanho há muito tempo nesse País e aprendi a ter alma muito sensível, mas o corpo muito calejado, minha resposta a determinadas críticas que recebo, um ato como esse (assinatura de ordens de serviço com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento) responde por mim, responde a 200 baratas…" Ele não identificou as 200 baratas, mas, em outro momento do discurso, afirmou ter como adversários o ex-PFL, agora DEM, e "outro que já se sabe quem é" (referindo-se aos tucanos).

Ao lado do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), que, no rápido pronunciamento, externou o desejo de um dia ainda ser "tão querido pelo povo" quanto o presidente, e da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), Lula considerou o momento como "o início da mudança da cara da periferia de Fortaleza".

Obras

Foram assinadas ordens de serviços de obras de urbanização, moradia e saneamento em quatro favelas da capital cearense (recursos de R$ 59,1 milhões – R$ 45,1 milhões do governo federal e o restante da prefeitura ) e na região metropolitana (R$ 543 milhões – R$ 393,3 milhões da administração federal e o restante do governo do Ceará). Entre as obras, a construção de moradia para 5 mil famílias que vivem às margens do Rio Maranguapinho – assoreado e poluído. "As mulheres e homens pobres não são obrigados a levantar todo dia abrir e porta e respirar a fedentina de esgoto a céu aberto, de rio podre na frente da sua casa, levantar de manhã vendo rato passar.

Ele afirmou que o PAC prevê investimentos de 504 bilhões até 2010, atentando para coisas muito importantes, "mas, sobretudo, cuidando das pessoas mais pobres". Referiu-se ao PAC do Ceará como "a maior intervenção urbana já feita na história do Estado" envolvendo R$ 985 milhões, dos quais R$ 325 milhões para saneamento básico e R$ 660 milhões em urbanização de favelas – em parceria com o governo do Estado e a administração municipal de Fortaleza, "uma parceria que só pode ser feita porque estamos construindo um País diferente daquele que herdamos".

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