O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje, na cerimônia de anúncio do projeto destinado a facilitar o acesso dos cidadãos a informações públicas, que a abertura dos arquivos será uma “mudança de página” na história do Brasil, “não para esconder o que está no verso da página, mas para que a história seja contada como ela é ou foi”. Lula disse que é preciso reafirmar sempre que quem não conhece a própria história está fadado a repeti-la.

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O presidente também pediu pressa a deputados e senadores na aprovação do texto que está sendo enviado ao Congresso e observou que eles podem aperfeiçoar a proposta. “Eu espero que o Congresso aprove logo esse projeto. Por isso, mandamos projeto de lei e não medida provisória (MP)”, disse. “Não mandamos lá, é apenas um apelo.”

O presidente lembrou que o País, desde o fim do regime militar, está vivendo 24 anos de democracia. “É o mais longo período de democracia contínua no Brasil”, afirmou Lula. “O dado concreto é que, seja militar ou civil, esquerda ou direita, homem ou mulher, o importante é que estamos vivendo hoje um fato excepcional na vida desse País.”

Forças Armadas

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Os documentos dos órgãos de informações das Forças Armadas não constam da lista de papéis que estarão disponíveis para consulta a partir de agora. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que as informações que dispõe é que esses arquivos foram queimados no período anterior a 1985. “O que estamos é tentando fazer a busca, porque grande parte dos arquivos ficou com pessoas. E é exatamente esse o objetivo principal do chamamento que estamos fazendo”, afirmou o ministro.