Lorenzetti nega intermediar verbas federais para entidade

Ao depor nesta quarta-feira (5), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Organizações Não-Governamentais (ONGs), o ex-dirigente da Unitrabalho Jorge Lorenzetti, amigo e churrasqueiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, negou que tenha feito qualquer tipo de intermediação junto ao atual governo no sentido de solicitar recursos federais para a entidade. Ele também negou participação na elaboração de projetos em comum acordo com o Palácio do Planalto, no período em que dirigiu a Unitrabalho, informou a Agência Senado.

Lorenzetti afirmou não saber quanto o governo Lula repassou à Unitrabalho e não conhece projetos envolvendo a ONG e o Planalto. Ele disse que exercia apenas "um trabalho técnico profissional" na entidade. O ex-dirigente classificou como "denúncia vazia" notícias de que tenha participado da compra de um dossiê, que teria informações prejudiciais aos candidatos da oposição nas eleições de 2006, em São Paulo. Para ele, as noticias não passam de "calúnia e difamação".

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), de acordo com a Agência Senado, surpreendeu a todos ao entregar a Jorge Lorenzetti um pedido, por escrito, no qual solicitava ao depoente autorização para a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dele nos últimos cinco anos.

A base do governo protestou e o senador Sibá Machado (PT-AC) classificou a solicitação de Virgílio de um "constrangimento". É que pela legislação que rege as CPIs não é permitido o pedido de quebras de sigilo de depoentes que estão na comissão na condição de testemunha, como era o caso do ex-dirigente.

Lorenzetti não assinou o pedido formulado por Virgílio e justificou sua decisão lembrando que todos os seus sigilos já haviam sido quebrados pela Polícia Federal (PF), pela Receita Federal e pelas respectivas companhias telefônicas, "sendo que não encontraram nada que incriminasse". Na próxima semana, os senadores da CPI votam, nominalmente, a transferência para o colegiado de todas as quebras dos sigilos de Jorge Lorenzetti. As informações são da Agência Senado.

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