Internada há dois meses no Incor, Lorena já é um dos xodós da equipe da UTI pediátrica cirúrgica. Natural de Maceió, a pequena viajou mais de 2.400 quilômetros até a capital paulista com os pais para tratar uma cardiopatia congênita que só será definitivamente curada quando a menina conseguir um novo coração.

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Pela gravidade do caso, a bebê de 11 meses é a primeira da lista de espera pelo órgão no Estado de São Paulo. Mesmo internada no maior centro de cardiologia do País, não sobreviveria durante o período em que aguarda o coração se não passasse por uma cirurgia para implantar um equipamento que substitui parte das funções do órgão.

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“Em Maceió já sabíamos que era caso de transplante, mas ninguém sabia quando ia realmente precisar. Os médicos de lá e do Recife foram fazendo o tratamento com medicamentos. No início de novembro, ela começou a apresentar vômitos e piorar. Por Deus, eu tinha decidido marcar uma consulta no Incor para avaliação naquela semana, por indicação de uma amiga cuja filha tinha a mesma doença e tinha se tratado aqui”, conta a mãe da menina, a autônoma Larissa Monique Farias da Silva, de 31 anos.

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O problema de Lorena foi descoberto aos 6 dias de vida, quando ela apresentou cansaço ao mamar. Naquela data, ela foi levada pelos pais imediatamente para a emergência de um hospital da capital alagoana. Lá, foi diagnosticada com miocardiopatia dilatada, doença rara caracterizada pelo aumento de tamanho dos ventrículos, o que impede o adequado bombeamento do sangue. “É como se o músculo do coração não tivesse se desenvolvido adequadamente”, diz a mãe.

Por causa do agravamento da doença, a menina chegou ao instituto paulista com quadro de desnutrição e bastante debilitada, pesando cerca de 5 quilos. “A médica detectou que o coração dela já estava muito fraco, funcionando só 11%”, relata Larissa.

Como a espera por um coração pode demorar meses e Lorena já estava em um estado crítico, os médicos do Incor decidiram implantar um dispositivo chamado de Berlin Heart, uma espécie de coração artificial externo. Enquanto estiver ligado ao equipamento, a menina terá de permanecer no hospital. “A nossa esperança agora é conseguir logo um doador para a Lorena. Pelo menos sabemos que estão fazendo tudo que é possível pela vida dela. Se eu tivesse ficado na minha cidade, acredito que ela não teria as mesmas condições de tratamento. Talvez nem teríamos mais ela do nosso lado”, comenta a mãe. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.