Empossado há 20 dias na vaga do pai Edison Lobão (PMDB-MA), que assumiu o Ministério de Minas e Energia, o senador Edison Lobão Filho (DEM-MA) escolheu uma segunda-feira de plenário vazio para fazer seu primeiro discurso. Em vez de cumprir a promessa de apresentar documentos para se defender de uma série de denúncias ele disse que foi vítima de "acusações irresponsáveis e claramente motivadas por interesses contrariados". "Mas para mim esse fato está superado", afirmou, antes de dizer, outra vez, que apresentará esclarecimentos ao corregedor da Casa, Romeu Tuma (PTB-SP).
Conhecido por Edinho, o 14º suplente a ocupar uma cadeira do Senado escolheu o nome parlamentar de Lobão Filho. Ele é investigado pelo Ministério Público (MP) pela suspeita de ter transferido para a empregada doméstica de seu sócio suas cotas na distribuidora de bebidas Bemar, cujo débito com a receita ultrapassa a casa dos R$ 40 milhões. Os promotores também investigam sua participação como sócio oculto da empresa que sucedeu a Bemar, a também distribuidora Itumar.
Lobão Filho é ainda suspeito de envolvimento com fraudes contra a Companhia de Processamento de Dados do Maranhão (Prodamar), que apagou 3 mil notas fiscais de 205 empresas, causando um prejuízo de R$ 60 milhões entre 1993 e 1999 ao Estado. Seu patrimônio aumentou depois dele ter trabalhado como secretário particular de seu pai, entre 1991 e 1994, quando Edison Lobão governou o Maranhão.