O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou hoje que o apagão ocorrido na terça-feira “não foi um mal, mas um bem”. De acordo com ele, o desligamento automático das linhas de transmissão na região de Itaberá, no interior de São Paulo, após descargas atmosféricas e ventos muito fortes (na visão do governo federal) evitaram um “acidente de grandes proporções”.
“O fato das linhas terem se desligado automaticamente na terça-feira não é um mal, é um bem. Não tivesse havido o desligamento, nós teríamos um acidente de grandes proporções, com demoras de dias e até semanas para a restauração do sistema. O sistema se auto defendeu na medida em que se desligou as linhas de transmissão”, afirmou Lobão, durante entrevista coletiva no aeroporto Internacional Cunha Machado em São Luís (MA).
Ele também disse que o não cumprimento das metas de investimentos da Eletrobrás para obras tanto de geração quanto para transmissão de energia elétrica em 2009 é fruto de dificuldades com as legislações ambientais em todo o País e rebateu a declaração do coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Osmar Pinto Júnior, afirmando que não é atribuição do órgão opinar sobre energia elétrica.
“O fundamental foi restabelecer a energia elétrica e isso foi feito prontamente. Todo o sistema foi restaurado em 15 a 20 minutos. Apenas no Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo houve uma demora de três horas. E o nosso sistema de transmissão de energia é um dos melhores e mais confiáveis do mundo.”
Lobão ainda explicou que o cumprimento parcial das metas de investimento da Eletrobrás esse ano foi fruto de “dificuldades ambientais que enfrentamos seja no que diz respeito ao governo federal, ou no que tange aos governos estaduais”. Conforme divulgado nesta hoje, dos R$ 7,2 bilhões previstos para serem gastos pela Eletrobrás, apenas 48% foi aplicado em investimentos em geração e transmissão de energia elétrica.
“Existem muitas obras que levam anos e anos, prontas para serem iniciadas, mas em razão da legislação essas obras vão se atrasando. Portanto, não dependeu da Eletrobrás, da estrutura do Ministério das Minas e Energia, a aplicação completa dos recursos que estão colocados à nossa disposição”, defendeu-se Lobão.