O navio MSC Oriane, que desembarcou ilegalmente no Porto de Santos 970 toneladas de lixo tóxico, partiu hoje por volta das 14h30 do litoral paulista. A embarcação retorna com a carga para a Inglaterra. Decisão do juiz da 6ª Vara da Justiça Federal em Santos havia dado o prazo de quatro dias, terminado na noite de ontem, para que a empresa Mediterranean Shipping do Brasil Ltda., responsável pelo transporte do lixo, levasse o material ao Porto de Felixstowe, no país de origem do lixo. Contudo, o mau tempo adiou a partida da embarcação para a tarde de hoje.
Antes de chegar ao Porto de Santos, o navio MSC Oriane recolheu na segunda-feira 40 contêineres com 740 toneladas do material na cidade de Rio Grande (RS). A saída do navio estava programada para o domingo, mas o navio ficou retido por mais um dia no porto gaúcho por causa das rajadas de vento de até 70 quilômetros por hora e de ondas de até três metros de altura. Outros oito contêineres, com 150 toneladas de lixo, serão transportados da Estação Aduaneira de Caxias do Sul (RS) para embarque no Porto do Rio Grande, em data ainda não marcada.
O lixo enviado da Inglaterra para o Brasil pelo navio MSC Oriane foi descoberto em junho pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pela Polícia Federal (PF). Ao todo, foram depositados nos portos brasileiros de Santos (SP) e Rio Grande (RS) 89 contêineres embarcados nos portos ingleses de Tilbury e Felixstone. Os carregamentos tinham no total 1.477 toneladas de lixo. Segundo o Ibama, a importadora Alphatec e a Stefenon Estratégia e Marketing, da área de apoio ao comércio exterior, foram multadas em R$ 408,8 mil cada, no Rio Grande do Sul.
A devolução do lixo foi requerida pela PF na semana passada. De acordo com análise do Ibama, o estado de toxidez do material era alto e havia o risco de contaminação do meio ambiente. Segundo laudos técnicos do instituto, o lixo continha larvas e microrganismos tóxicos.