O prazo foi dado porque as mulheres grávidas no último trimestre do ano passado – quando foi registrado o aumento de casos no Brasil nas áreas afetadas – começarão a dar à luz por volta do mês de junho, explicou o diretor para Emergências de Saúde da OMS, Bruce Aylward.
“A evidência aumenta em termos de associação temporal e geográfica do vírus e das consequências que tememos”, disse Aylward em referência à microcefalia em recémnascidos e à síndrome de Guillain-Barré.
Segundo o especialista, conforme o vírus vai sendo isolado nas pessoas infectadas, fica mais clara a ausência de outras causas que possam explicar tais doenças. “No entanto, não se descarta que zika possa ser um fator dessas patologias, mas não o único”, disse Aylward. Ele acrescentou que, nas atuais circunstâncias, o zika “é culpado até que se prove o contrário”.
Publicações científicas divulgaram recentemente as conclusões de diferentes pesquisas, incluindo algumas com base na necropsia de crianças com microcefalia e nos quais se encontrou o vírus no cérebro, mas Aylward esclareceu que “isso não demonstra a causalidade”.
A OMS divulgou também que, desde janeiro de 2007, um total de 41 países registraram transmissão local do vírus da zika. Dois novos países foram incluídos na lista: Aruba e Bonaire, ambos no Caribe.
Jogos Olímpicos
Aylward ainda considera que o surto de zika não oferece risco à Rio-2016. “Isso porque os Jogos vão ocorrer no inverno, quando a incidência do mosquito é menor. Teremos uma boa Olimpíada.”