Os líderes partidários discutem amanhã o que fazer com o projeto de reforma política depois do fracasso na tentativa de votação da proposta na semana passada. O relator do projeto, deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), vai apresentar uma alternativa na reunião, mas não há muita expectativa entre os líderes de votação do projeto nesta semana. A tentativa de alterar o sistema de lista fechada para salvar o financiamento público de campanha também encontra resistências.
"A posição dos que estão contra a lista é inconciliável. O que nós temos é de construir uma flexibilização para ter uma maioria para aprovar, porque não haverá consenso", afirmou o líder do DEM, deputado Onyx Lorenzoni (RS). "Não sei se votaremos nesta semana, mas, com certeza, votaremos a reforma em junho", completou o líder.
Caiado mantém a posição de que não é possível instituir o financiamento exclusivo de campanha sem que a votação seja por lista fechada, pré-ordenada pelo partido, no qual o eleitor passa a votar na legenda e não mais no candidato que achar melhor. "Não há argumento que convença quem quer que seja que dá para conciliar o financiamento público sem lista fechada", afirmou Caiado, contrário a uma flexibilização da lista.
Várias propostas de lista flexível estão em discussão. A idéia é um sistema em que o eleitor vote no partido, mas tenha alguma forma de interferir na ordem de escolha dos candidatos. Caiado e a equipe de consultores da Câmara passaram o final de semana analisando as emendas apresentadas ao projeto. Foram contabilizadas 313 emendas, mas o prazo para apresentação de propostas permanece aberto enquanto durarem as discussões do projeto no plenário.