Os principais líderes do PSDB consideram provável que o partido feche questão contra a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) em reunião da Executiva Nacional. O encontro ainda não foi marcado, mas, segundo expectativa de parlamentares tucanos, poderá ocorrer na próxima semana caso o governo federal use os governadores do PSDB para tentar flexibilizar a posição da bancada de senadores. Ontem, eles decidiram votar contra a renovação do tributo.
Apenas dois votos favoráveis à CPMF de senadores tucanos seriam suficientes para garantir a vitória ao governo. Por outro lado, avaliam, essa hipótese abriria uma crise política no partido. Por isso, os líderes não acreditam que eventuais investidas dos governadores do PSDB junto a senadores possam resultar em mudança de posição da bancada. Isso só forçaria o fechamento de questão, obrigando todos a votarem unidos sob pena de punição partidária.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), ressaltou que a posição dos governadores ao longo do processo foi "exemplar" e aposta que eles continuarão nesta postura. "Foi um comportamento exemplar de todos, respeitando a autonomia da bancada", disse, lembrando que, nas conversas com Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), ambos defendiam uma negociação boa para os Estados. "Mas essa proposta boa não apareceu", completou Virgílio.
Aécio Neves contou ontem aos senadores que hoje estaria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Não quero fiscalizar Aécio, mas acho que nenhuma conversa com o presidente vai interferir na posição da bancada", concluiu o líder, para quem o PSDB deve encerrar as conversas com o governo federal e votar contra a prorrogação da cobrança da CPMF na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a primeira etapa de tramitação da emenda constitucional no Senado.
