Brasília – As lideranças do PSDB que participam do 3º Congresso Nacional do partido, em Brasília, defenderam a inocência do senador Eduardo Azeredo (MG), denunciado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, por crimes de peculato e lavagem de dinheiro na campanha à reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998.
O futuro presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), disse que não tem dúvida da inocência de Azeredo, apesar de reconhecer que houve irregularidades nas eleições em Minas Gerais. ?Ele vai se defender e provar que é inocente?, disse.
O líder do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM), lembrou que o senador Eduardo Azeredo já admitiu que houve captação irregular de recursos durante sua campanha ao governo de Minas Gerais, mas disse ele não teve conhecimento da irregularidade.
Segundo Virgílio, o senador não vai renunciar ao cargo e fará sua defesa ?serenamente? no Supremo Tribunal Federal (STF), se a denúncia for aceita.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não quis fazer uma avaliação da denúncia. Disse apenas que ?quem tiver culpa no cartório, paga pela culpa?.
Já o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin disse que é preciso aguardar para conhecer o teor da denúncia do procurador. Mas também disse que acredita na inocência de Azeredo.
?Não temos dúvida de que o senador não teve nenhum benefício de natureza pessoal?, afirmou.
O senador Eduardo Azeredo e o ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, estão entre as 15 pessoas denunciadas ontem (21) pelo procurador-geral da República.
O esquema, que ficou conhecido como "mensalão mineiro", envolveria um caixa 2 que teria como arrecadador o empresário Marcos Valério de Souza, o mesmo envolvido no caso do chamado mensalão, no qual o STF aceitou denúncia e decidiu abrir processo penal contra 40 pessoas.
No entendimento do procurador, o financiamento da campanha para governador do estado de Minas Gerais em 1998 seria "a origem e o laboratório" do mensalão.