Brasília – A líder do PT no Senado, Ideli Salvati (SC), disse nesta terça-feira (11) que apesar de liberar a bancada para votar "livre, leve e solta" a proposta de cassação do mandato do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), teme que o processo tenha "risco de vício, de contaminação pelos interesses que possam estar em jogo".
Ideli Salvati explicou que o que está em jogo é a vaga de presidente do Senado, que, ?em tese?, pode ser ocupada por qualquer um dos 81 senadores. "Se houver benefício para o julgador, que ele se declare impedido. Aqui está em jogo a cadeira do chefe de um poder", afirmou.
A senadora citou como exemplo de beneficiado o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que, segundo ela, já disse que pretende concorrer à vaga de presidente da Casa se Renan Calheiros for cassado.
Ideli Salvati reafirmou que os 12 senadores petistas estão liberados para votarem de acordo com a sua convicção, e negou que haja qualquer tipo de orientação para votos contrários ou favoráveis a Renan. "Não houve orientação em nenhum sentido", garantiu.
A senadora afirmou que o partido é favorável ao voto e à sessão abertas, e que só irá participar de um possível acordo de líderes para abrir a sessão amanhã (12) caso o PMDB garanta que a mudança das regras não causará prejuízo à defesa de Renan Calheiros e não gerará um recurso judicial. O Regimento Interno do Senado determina que sessões para votação de perda de mandato sejam secretas.
"O acordo de líderes não substitui a regra regimental, e isso pode servir de base para uma anulação da votação", disse.
