Brasília – A base do governo no Senado já não trabalha mais com o prazo entre o dia 10 e 22 de dezembro para votar em Plenário a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011. O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), reconheceu nesta terça-feira (20) que o governo ainda não tem os 49 votos necessários para aprovar a matéria.
Jucá disse que o momento "é de construção" dos votos para aprovar a proposta. "Temos até o dia 31 para votar a CPMF".
Até lá, o governo quer garantir uma margem de segurança que lhe permita não ser surpreendido na hora em que a PEC for para votação em Plenário.
Caso a PEC não seja aprovada até 31 de dezembro, o governo deixa de contar, em 2008, com R$ 40 bilhões de reforço de caixa e de mais um instrumento de combate à sonegação fiscal.
O PDT, com uma bancada de cinco senadores, é um dos partidos que apesar de integrar a base governista pode não apoiar a prorrogação da CPMF. Romero Jucá informou que o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, vai entrar em contato com os senadores para colher as reivindicações do partido.
Outro partido da base, o PTB, decide na quinta-feira (22) se permanece ou não na base do governo. O líder do partido, Epitácio Cafeteira (MA), disse que a bancada ficou irritada com a substituição do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O parlamentar foi substituído pela líder do bloco do governo, Ideli Salvati (PT-SC), por ser voto certo contra a prorrogação da CPMF.
Segundo Cafeteira, por enquanto, só Mozarildo é voto contrário. "Os outros vamos saber na quinta-feira", disse. O líder disse que a tendência é que a bancada não feche questão sobre a prorrogação da CPMF.
