Brasília – O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse nesta terça-feira (11), ao deixar o Ministério da Fazenda, que discutiu com o ministro Guido Mantega as dificuldades que o governo terá durante a votação, na Casa, da proposta que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2001.
Segundo Jucá, eles conversaram também sobre a possibilidade de se construir uma alternativa no relatório do deputado Antonio Palocci (PT-SP) que possa indicar um abrandamento, no futuro, da cobrança da contribuição. "Sou favorável a uma redução gradual, dentro de uma análise criteriosa, começando pelos pontos que são de impacto maior. Poderia ser um cronograma ou uma discussão futura", disse o senador.
Jucá informou que o assunto ainda será discutido em encontro, nesta tarde, entre o relator da CPMF, Antonio Palocci, parlamentares da base aliada e integrantes da oposição.
"A gente sabe que o fórum para essa discussão é a reforma tributária, mas entendo que uma sinalização e algum tipo de entendimento de construção política com a base e com parte da oposição é salutar para ajudar neste momento a aprovação", afirmou o líder do governo.
Ele reafirmou que existem alternativas à reduçãode alíquotas no futuro ou à compensação, como a diminuição da carga tributária em determinados setores e a desoneração da folha de pagamento.
De acordo com Jucá, o Conselho Político do governo tomou a decisão também de discutir antecipadamente com o Senado o relatório elaborado na Câmara dos Deputados, devido ao prazo pequeno até a votação do tema no Congresso Nacional.
Quanto à dificuldade de aprovação da proposta de prorrogação no Senado, Jucá ressaltou que o equilíbrio de forças é "muito complicado" e que o governo não tem maioria significativa. "Portanto, vamos procurar, e temos procurado sempre, o entendimento, inclusive construindo com a oposição as soluções", afirmou.
O esforço do governo para aprovar a CPMF até 2011 trouxe a Brasília hoje governadores de estados do Nordeste, que vão discutir outro tema importante: a criação de um fundo de desenvolvimento regional para compensar as possíveis perdas que os estados possam ter com a Reforma Tributária.
Segundo o governador de Sergipe, Marcelo Deda, governadores de outras regiões deverão participar dos debates, que começam com o Nordeste. "Pressumo que ele [Mantega] chamará também os do Sul, depois os do Sudeste. Para negociar por região", disse Deda.
Questionado se estava preparado para ser o futuro presidente do Senado, caso o presidente da Casa deixe o cargo, Jucá respondeu que "Renan Calheiros vai continuar sendo o presidente e que, na verdade, queria era alguém que o substituísse na função de líder, "porque dá muito trabalho".
