Brasília – O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Múcio (PTB-PE), admitiu que as duas últimas medidas provisórias que trancam a pauta também podem ser revogadas pelo governo para garantir a votação até esta quarta-feira (19) da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
Hoje, o governo revogou as duas primeiras, mas, segundo o petebista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligou para ele e pediu que a base aliada negocie a aprovação das outras duas – MP 381/07, que concede crédito extraordinário de R$ 6,33 bilhões para ações do PAC; e MP 382/07, que oferece benefícios para as indústrias de calçados e artefatos de couro, têxtil, de confecções e de fabricação de móveis.
?A oposição não quer votar absolutamente nada. A questão política ficou acima da questão do país. Vamos enfrentá-los. Temos até mais tarde para tomar as providências. Já foram revogadas duas MPs e há possibilidade de revogar outras duas?, disse José Múcio. ?Da mesma forma que a oposição tem uma prioridade absoluta que é não deixar de votar a CPMF, o país tem a prioridade de aprová-la?.
O líder do governo enfatizou que o governo vai enviar projetos de lei com urgência constitucional para resolver as questões tratadas pelas medidas provisórias. José Múcio explicou que a votação da MP 382, sobretudo, é de ?interesse de toda a cadeira moveleira e calçadista?, que perdeu a competitividade com os produtos chineses.
A oposição prometeu obstruir as votações de todas as maneiras possíveis, além de tentar entrar no Supremo Tribunal Federal (STF) com um mandado de segurança contra a revogação das medidas provisórias.