Brasília – O governo anunciou ontem a libertação de cerca de 800 trabalhadores rurais que eram mantidos como escravos em uma fazenda de café da Bahia. Essa foi a operação mais importante desse tipo desde que o Brasil passou a combater o trabalho escravo com mais rigor, na década passada. Na mesma ação, cerca de 200 pessoas foram encontradas em outra fazenda, sob condições degradantes, sem alojamento, alimentação e saneamento adequados, segundo Marcelo Campos, consultor da força-tarefa criada pelo Ministério do Trabalho para combater a escravidão no interior do país. “É a maior descoberta desse tipo de crime desde 1995”, disse Campos, em relação ao ano de criação da força-tarefa. Ele afirmou que um trabalhador sofreu um enfarte e morreu quando os fiscais chegaram à fazenda onde havia 800 escravos, dos quais cerca de 70 gravemente doentes. A outra fazenda, onde estavam 200 pessoas, pertencente a outro dono. Estima-se que há ainda 25 mil pessoas vivendo nessa situação no país, embora a escravidão tenha sido abolida em 1888. O Brasil foi o último país das Américas a fazê-lo.

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