Libertados 38 em ação contra trabalho escravo no Pará

O Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho resgatou 38 trabalhadores de condição semelhante à escravidão em São Félix do Xingu, no Pará. Nesta segunda-feira, eles começaram a receber seus pagamentos. No total, o fazendeiro Ernoel Rodrigues Junior deve pagar ao grupo R$ 75 mil.

Há dois meses os trabalhadores viviam isolados, em condições insalubres, não recebiam salários e se endividavam para comprar alimentação. "Além disso, eles trabalhavam na preparação para desmatamento de uma área de reserva pública, o que é mais um agravante para o crime", disse o coordenador dos fiscais, Benedito de Lima e Silva Filho.

No acampamento, os trabalhadores não dispunham de instalações sanitárias, água potável, nem podiam deixar o local, situação que caracteriza trabalho escravo. Eles só foram libertados pois um dos trabalhadores fugiu a pé e procurou a Comissão Pastoral da Terra para fazer uma denúncia. Após a denúncia, o Grupo Especial de Fiscalização Móvel seguiu para a fazenda, em local de difícil acesso, e só chegou após 13 horas de viagem, contando com a ajuda de tratores.

"Era impossível retirar os funcionários por terra", disse o coordenador da força-tarefa formada pelo Ministério do Trabalho, Polícia Federal e Ministério Público do Trabalho. "A retirada dos trabalhadores, no sábado, só foi possível com a ajuda da Aeronáutica, que disponibilizou helicópteros para a operação.

Os trabalhadores foram hospedados em hotéis de São Félix do Xingu, de onde serão enviados de volta para as cidades de origem. Grande parte dos funcionários foi trazida do município de Xambioá, Tocantins. Além dos salários a que têm direito, todos receberão seguro-desemprego. A terra de onde foram retirados os trabalhadores, conhecida como Fazenda do Junior Baiano, fica em área pública.

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