Fortaleza (AE) – Seqüestrado durante uma semana, o empresário José Elizomarte Fernandes Vieira foi libertado terça-feira à noite, por volta das 22h, na rodovia CE-060, no município de Acarape, a 55 quilômetros de Fortaleza. A família não informa quanto pagou de resgate, mas há informações não oficiais de que foram R$ 2 milhões. Elizomarte é um dos sócios da revenda Brilhe Car, onde a quadrilha que furtou R$ 164,7 milhões do Banco Central de Fortaleza, no início de agosto, comprou 11 carros importados. Ele nega envolvimento com a quadrilha.
A polícia cearense ainda não tem pistas sobre os seqüestradores e nem sobre o local do cativeiro. O delegado que apura o caso, Luiz Carlos Dantas, do Departamento de Inteligência Policial (DIP), não descarta a possibilidade de o seqüestro ter alguma ligação com o furto milionário ou com o seqüestro do qual foi vítima Luiz Fernando Ribeiro, o "Fê", de 26 anos. Em outubro deste ano, Fê, acusado de ter financiado a operação no BC, foi seqüestrado quando chegava a uma boate em São Paulo. Horas após o pagamento do resgate de R$ 2,1 milhões foi morto.
Elizomarte foi libertado 24 horas após o pagamento do resgate. Abatido, mais magro, deu entrevista ontem pela manhã. Ele contou que dia 29 de novembro, quando voltava para casa, por volta das 20h, três homens o abordaram em um cruzamento da Avenida Antônio Sales, perto do Supermercado Cometa.
Prisão
Logo após a descoberta do furto milionário, Elizomarte e o irmão dele, Dermival, foram detidos pela Polícia Federal. Ficaram mais de 40 dias presos. Denunciados à Justiça por lavagem de dinheiro, os dois respondem em liberdade. Segundo o empresário, a venda dos carros teria sido feita "na boa-fé". "Estou pagando por uma coisa que não fiz. Fiz o negócio todo na boa-fé. Tudo na luz. Não escondi nada da polícia. Queria pedir a Deus que me tirasse desse sofrimento. Fiquei preso sem ter me envolvido com nada até hoje. Minha vida sempre foi trabalho. Todo mundo que me conhece sabe que a minha vida foi só trabalhar", afirmou.