Brasília – O membro da Via Campesina e coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, afirmou nesta terça-feira (2) que a liberação do milho transgênico dará fim à agricultura camponesa.
?A base de toda a cultura camponesa no Brasil, desde do Sul até o Norte está fundamentada muito no milho. A cada ano, os agricultores selecionam as melhores espigas e guardam – portanto têm segurança – e no outro ano plantam. E assim eles vão fazendo um melhoramento genético?, disse, durante o 2º Seminário Nacional sobre Agrotóxico, Saúde e Ambiente, que ocorre até amanhã, em Brasília.
Segundo ele, com o milho transgênico, a semente será patronizada. ?A polinização do milho é pelo vento. Se vem um vento forte pode levar a quilômetros, e todos os outros milhos naturais se contaminam com aquele transgênico. Então vai chegar a um ponto que o agricultor não tem mais a sua própria semente?.
Atédile afirmou que as empresas Syngenta, Bauer e Monsanto querem registrar o milho transgênico para vender os agrotóxicos produzidos por elas mesmas.
?A empresa diz ao fazendeiro capitalista que, em vez de passar três tipos de venenos [agrotóxicos], ele terá uma semente que só veneno dá [para eliminar as pragas]. Mas o que estamos discutindo não é o modelo capitalista de produzir. E o camponês não passa nada de veneno?.
