Genebra (AE) – O governo do Líbano espera que Rana Abdel Rahim Koleilat, presa em São Paulo na noite de domingo, possa já estar em Beirute até o final desta semana. Informações de integrantes do governo libanês apontam que o processo de transferência poderia ser rápido, já que a própria suspeita teria dado indicações de que aceitaria a transferência do Brasil para Beirute. ?A prisão de Rana é uma verdadeira bomba política e está sendo tratada pelas mais altas instâncias no Líbano?, apontou um membro do governo libanês.
A libanesa é acusada de ter participado do financiamento do atentado que matou o ex-primeiro-ministro do Líbano, Rafic Hariri. A ONU iniciou uma investigação que aponta para sírios como eventuais responsáveis pelo assassinato. Rana era gerente de um banco que teria destinado créditos aos grupos sírios e, portanto, é considerada como peça-chave no processo para se descobrir os autores do atentado.
Ontem, o governo libanês pediu oficialmente ao governo brasileiro a extradição da suspeita. Os dois países não contam com um acordo de extradição. Mas, mesmo assim, em São Paulo, representantes libaneses no País estavam convencidos de que Rana partiria para o Líbano. ?A prioridade agora é garantir a vida da suspeita?, afirmou um representante libanês na capital paulista. O temor do governo de Beirute é que Rana seja assassinada antes de prestar depoimento aos investigadores da ONU que estão no Líbano a espera da suspeita. Rana teria indicado que somente iria a Beirute se sua segurança estivesse garantida. O próprio primeiro-ministro do Líbano, Fuad Siniora, garantiu sua segurança.
A descoberta da libanesa em São Paulo ocorreu graças a um vendedor de carros em Beirute. Segundo membros do governo do Líbano em São Paulo, o comerciante estava em busca de Rana diante de sua dívida milionária com o vendedor de carros. Após localizá-la, eles marcaram encontro em São Paulo, mas ao perceber que Rana não pagaria a dívida, ele optou por denunciar a presença da libanesa ao governo de seu país.