Lessa vai contar em livro o que passou no BNDES

Rio – A artilharia está de volta. Dentro de um mês, o economista Carlos Lessa conta em livro, o 14.º de sua autoria, a conturbada experiência que teve no governo Lula, à frente do BNDES, a principal fonte de recursos do País. Com destaque especial para o episódio que pôs um ponto final em sua gestão no banco, há dois meses: o confronto público com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Este será o pano de fundo do último capítulo.

"Neste último episódio, vou falar do pesadelo. Vou pôr de novo meu chapéu de economista e mostrar como uma política monofônica pode degradar o investimento público e privado", disse Lessa, lembrando que "criticar frontalmente o dr. Meirelles" foi o seu "penúltimo ato" no BNDES. O livro, escrito a toque de caixa, terá entre 150 e 200 páginas, com assuntos que foram prioridade nos 23 meses da presidência de Lessa. "Há capítulos sobre o Nordeste, inclusão social e o meu papel como D. Quixote, com sonhos, aspirações, e Sancho Pança, com realidades incômodas, difíceis", comentou o economista. Bastidores, porém, serão poucos. "Tudo o que sei está sob sigilo bancário", argumenta.

Carlos Lessa mantém as críticas feitas a Meirelles, que culminaram com sua demissão. Ele está convencido de que o presidente do BC pretendia destruir o BNDES e a Caixa Econômica Federal como instituições de fomento. Ainda perde o controle quando reclama das altas de juros que foi obrigado a aceitar: "Se a taxa encostasse na Selic, aí é que não haveria como financiar p… nenhuma mesmo".

Desde que deixou o banco, em 18 de novembro do ano passado, Lessa não voltou a falar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas diz que mantém a admiração por ele. "O Lula é a expressão da potencialidade do meu povo", afirma.

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