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Brasília – A troca de comando do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não vai esperar a reforma ministerial, prevista para 2005. Carlos Lessa deve deixar a presidência do banco até dezembro próximo. A decisão é do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se convenceu da necessidade de substituir Lessa, indicado para o posto pela economista Maria da Conceição Tavares.

Em crises anteriores envolvendo o presidente do BNDES, Lula resistiu às pressões para retirar Lessa do comando do banco. Agora, porém, o presidente acredita que precisa dar uma nova dinâmica a um dos principais instrumentos de política de desenvolvimento do governo.

Foi essa avaliação, por sinal, que pesou na decisão do governo de buscar uma troca ainda neste ano. O novo presidente teria condições de entrar 2005 já planejando o seu trabalho, um ano considerado decisivo para garantir a reeleição de Lula. O presidente, porém, deseja uma mudança no BNDES "suave", em respeito a Carlos Lessa. De acordo com assessores, Lula tem grande consideração pelo atual presidente do BNDES e não quer simplesmente demiti-lo. Ou seja, busca uma "saída honrosa".

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Lula deve chamar Lessa para uma conversa nos próximos dias. O momento de sua saída está condicionado à escolha do seu substituto. Segundo assessores, o presidente ainda não fez sondagens nesse sentido.

A decisão de mudar o comando do BNDES já estava tomada antes mesmo das críticas de Carlos Lessa ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Lessa classificou de "pesadelo" a gestão de Meirelles no BC. Para Lessa, Meirelles estaria articulando um desmonte do BNDES ao defender o fim dos chamados créditos dirigidos.

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