A Secretaria Municipal de Saúde informou ontem que o resultado do teste realizado na criança de 6 anos que morreu domingo deu negativo para leptospirose. Isaac de Souza Lima morava na Viela Paulista, travessa formada por barracos no bairro Vila Itaim, na zona leste de São Paulo, um dos que ficaram alagados por quase duas semanas após a enchente do dia 8. A causa da morte ainda está sendo investigada.
A apuração da causa está sendo feita pelo Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), do governo do Estado. O exame preliminar que deu negativo foi encaminhado pelo Hospital Santa Marcelina, onde Isaac morreu, para um laboratório particular. Segundo a família do garoto, a hipótese de leptospirose teria sido levantada pelo próprio médico que o atendeu no domingo. O resultado final deve sair em até 20 dias.
A leptospirose é comum em casos de enchente, pois é transmitida pela urina de rato. Os principais sintomas são febre alta, dores de cabeça e em todo o corpo – em especial na panturrilha – e mal-estar. Se não tratada com rapidez e adequadamente, pode matar.
Além da leptospirose, as autoridades de saúde estão preocupadas com a transmissão de outros tipos de doença na região que alagou. Agentes de zoonoses da Supervisão de Vigilância de Saúde da região de São Miguel estão realizando vistorias nas casas atrás de focos de mosquitos. Segundo a Secretaria de Saúde, amostras de larvas foram recolhidas para análise.
Demolição
A Prefeitura de São Paulo pretende começar hoje a demolir algumas casas na região do Jardim Romano, zona leste da cidade, que ficou alagado por quase duas semanas, após a enchente do dia 8. A medida foi acertada em reunião na tarde de ontem com a Subprefeitura de São Miguel, Defesa Civil Municipal e Secretaria de Habitação.
Serão demolidas inicialmente entre seis e oito residências, cujos moradores já deixaram o local para viver em um prédio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) na cidade de Itaquaquecetuba. O governo do Estado planeja construir na área o Parque Linear Várzea do Tietê e, por isso, muitos moradores entraram em um programa habitacional para deixar o local.
Em vez de demolição, as autoridades usam a palavra “desfazimento” para evitar uma conotação ruim entre os moradores. Além disso, não serão utilizados tratores e outras máquinas pesadas para que as pessoas não pensem que se trata de uma desapropriação total da área – inclusive dos moradores que não fizeram o cadastro -, o que poderia gerar uma revolta.
