Leões abandonados por circos preocupam Ibama

Foto: Walter Alves/O estado

Ibama cataloga 68 leões ?sem teto? no País.

O rei dos animais perdeu a majestade. Pelo menos no Brasil. Os leões, outrora a estrela maior dos circos, estão sendo abandonados pelo caminho. Um levantamento recém-concluído do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) revela que existem 68 leões sem teto no País.

Um dos últimos abandonos ocorreu no fim do ano passado, quando a polícia recebeu a denúncia de que havia um bando de leões na beira de uma estrada de Uberaba (MG). No lugar de feras, os policiais encontraram cinco melancólicos animais.

A rejeição é resultado do surgimento de leis municipais e estaduais que proíbem os animais em circos. Há pelo menos 15 projetos de lei no Congresso para estender a proibição a todo o País.

A justificativa está no fato de que a maioria dos circos, sem dinheiro, não oferece tratamento adequado aos animais. Fora dos holofotes, os leões são confinados em pequenas jaulas e a alimentação é insuficiente – a dieta deveria incluir ao menos 6 kg de carne por dia. ?O pobre do leão só tinha pele e osso. Era raquítico. Sofreu uma infecção e o pêlo todo caiu?, lembra Maria do Carmo Brígido, do Ibama do Pará, referindo-se a uma recente ação contra um circo ?de última categoria? na região de Belém.

Não é raro que domadores serrem os dentes e arranquem as garras dos animais, os queimem ou espanquem. Por fim, os leões acabam abandonados quando ficam velhos ou fracos.

Os animais são resgatados por prefeituras e pela polícia. Até que o Ibama lhes dê um abrigo definitivo, ficam em jaulas improvisadas e até em delegacias. Não podem simplesmente ser soltos na natureza, pois, além de perigosos, não fazem parte da fauna brasileira. Restam, então, três opções: mandá-los para zoológicos, entregá-los a criadores particulares ou embarcá-los de volta para a África. Até a hipótese de sacrificá-los já foi cogitada.

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