Lei seca reduz operações de resgate de urgência

O Ministério da Saúde já recebeu informações de 14 unidades do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) que mostram uma redução média de 24% nas operações de resgate desde a entrada em vigor da lei que aumenta punições a motoristas que dirigem depois de consumir bebidas alcoólicas. Essas 14 unidades, que cobrem uma população de 25,3 milhões de pessoas, foram as primeiras a enviar os dados ao ministério, que iniciou um levantamento junto a todos 144 SAMUs do país para medir a eficácia da nova lei na redução dos acidentes de trânsito.

A maior queda dos resgates, de 47%, foi registrada pelo SAMU que opera na região de Niterói (RJ), onde vive 1,8 milhão de pessoas. O SAMU de Brasília, que cobre uma população de 2,5 milhões de habitantes, teve a segunda maior redução, de 40%. Em terceiro, com 35% de queda, vem o SAMU de Porto Alegre (RS), que atende a 1,4 milhão de pessoas. 

Os acidentes de trânsito têm um peso significativo nos atendimentos do SAMU. Em Brasília, por exemplo, 45% dos resgates são para atendimento a ocorrências de trauma, das quais 60% estão relacionadas a acidentes de trânsito. Dessa forma, a Coordenação Geral de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde avalia que a nova legislação trouxe um ganho operacional para o serviço. Com a redução dos acidentes, o SAMU poderá agilizar os atendimentos a ocorrências de outras naturezas, como casos de mal súbito, intoxicação, parto e queimadura. 

As 144 unidades do SAMU estão implantadas em 1.150 municípios, incluindo todas as capitais brasileiras. A população coberta pelo serviço é de 101 milhões de pessoas. As atribuições do SAMU vão além das operações de resgate, como mostra o recém-iniciado levantamento sobre o impacto da chamada lei seca na violência do trânsito. Neste caso, o SAMU funciona como um termômetro da situação.

O SAMU, em função da capilaridade e atribuições, exerce a função de observatório das urgências no país, sendo que as informações obtidas na Rede Nacional 192 exercem papel decisivo no planejamento e gestão do atendimento pré-hospitalar. Está em fase de implantação um banco de dados nacional da Coordenação Geral de Urgência e Emergência, simultaneamente à reestruturação do sistema informatizado de Regulação Médica. O objetivo é unificar os boletins de atendimento, a fim de que se tenha, cada vez mais, a possibilidade de fornecer ao país as informações precisas a respeito do retorno em relação a diversas questões, como a repercussão da lei  Seca.

O retorno que o SAMU traz para a sociedade vai muito além da intervenção no atendimento propriamente dito, uma vez que se trabalha o conceito de prevenção aos agravos. Tal abordagem faz parte de uma estratégia promocional, como um dos pilares da Política Nacional de Atenção às Urgências, objetivando primar pela qualidade de vida.

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