Apesar de casos recentes de embriaguez ao volante que resultaram em morte e da sensação nas ruas de que as blitze da lei seca diminuíram, a Polícia Militar (PM) autuou três pessoas por dia, em média, apenas em janeiro e fevereiro deste ano na capital, por dirigir após beber.
Foram 165 detenções, todas de pessoas flagradas dirigindo com mais álcool no corpo do que a legislação permite – e por isso vão responder a processo criminal, com pena possível de 6 meses a 3 anos. A média é maior do que a do ano passado todo, quando 800 pessoas foram detidas por dirigir após beber, ou duas por dia.
Entretanto, segundo a PM, a quantidade de pessoas que dirigem após beber vem caindo desde que a lei seca foi implementada. O número elevado de flagrantes seria decorrência do grande número de testes do bafômetro que são realizados, principalmente, nas madrugadas dos fins de semana.
Em 2009, 106 mil pessoas foram submetidas ao teste e 4% delas respondem a processo criminal. Neste ano, só em janeiro e fevereiro, foram 47,6 mil testes. O porcentual de flagrantes foi de 2,7%. Para se ter ideia, antes de a lei seca entrar em vigor, em 2007, o porcentual de bêbados, ante o número de testes feitos, era de 16,74%. O número impressiona mais ao ser levado em conta que, naquele ano, foram feitos apenas 1.900 testes e os níveis de álcool tolerados eram o dobro.
Segundo o capitão Sérgio Marques, da Polícia Militar, desde abril do ano passado a fiscalização dos motoristas é feita de forma descentralizada. Até esse período, apenas o Batalhão de Trânsito da capital fazia operações da lei seca. Após abril, todos os batalhões passaram a montar bloqueios para fiscalizar motoristas. “A meta deste ano é submetermos 250 mil pessoas ao teste”, afirma.