Levantamento realizado pela consultoria Ramboll indica que a lama da barragem da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), já percorreu cerca de 100 quilômetros. Pelos cálculos da consultoria, a lama está descendo a uma velocidade de 1 quilômetro por hora, mais lentamente do que no vazamento de Mariana (MG), ocorrido em 2015.
Com base em informações de dezenas de nanosatélites, a equipe de geosoluções da consultoria estima que a lama deverá alcançar o reservatório da refinaria de Três Marias, que fica a 340 quilômetros do local do acidente. Isso significa, necessariamente, que a lama deve ultrapassar a barreira do reservatório de Retiro Baixo.
Diferentemente de Mariana, a lama de Brumadinho desce mais lentamente porque ela está mais densa. No primeiro episódio, uma segunda barragem – de água – também se rompeu, fazendo com que a lama se diluísse e ampliasse a área atingida.
Mais mortes
As equipes de resgate confirmam, até o momento, a morte de 99 pessoas com o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), sendo que 57 delas já foram identificadas. Ainda há 259 desaparecidos e outras 176 pessoas estão fora de suas casas. Novo balanço sobre mortos e desaparecidos será atualizado apenas ao fim da tarde desta quinta-feira (31).
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As buscas voltarão a ser concentradas amanhã na área do refeitório, afirma o porta-voz dos Bombeiros, tenente Pedro Aihara. De acordo com ele, a chuva de hoje não afetou significativamente o nível de água da barragem. As buscas foram interrompidas por cerca de uma hora.
O major Flávio Santiago, porta-voz da PM de Minas Gerais, afirmou que o pelotão de Operações Especiais e o Comando Ambiental chegarão amanhã para auxiliar no acesso das equipes a pontos de difícil alcance. Segundo ele, as equipes utilizarão, inclusive, equipamentos de rapel em áreas altas.
Relatórios de segurança
Uma série de relatórios de segurança das operações da Vale foi compilada e enviada para o site Tecmundo na terça-feira (29), de forma anônima. Os documentos, divulgados nesta quarta pelo site, estavam no site da companhia. Teriam sido “hackeados“, segundo a publicação da área de tecnologia. Mostram os relatos obrigatórios de acidentes como o tombamento de caminhões e vagões. Nenhum dos arquivos divulgados até agora, porém, traz informações específicas sobre acidentes críticos em barragens.
Em nota, a Vale esclarece que não houve falha técnica no site Sharepoint ou invasão de seu ambiente de TI. “Os arquivos de uso interno que foram atribuídos a um vazamento, na verdade, estavam disponíveis em área pública do site vale.com. As informações contidas nos documentos são registros e tratativas dos incidentes e quase acidentes de segurança. Esse registro é obrigatório na Vale e faz parte do nosso sistema de Gestão de Saúde e Segurança e Meio Ambiente.”
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