A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado aprovou, por 15 votos a 2, o nome do delegado Paulo Lacerda como novo diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Lacerda submeteu-se a mais de quatro horas de sabatina, durante a qual defendeu que o Congresso Nacional aprove uma lei autorizando a Abin a realizar escutas telefônicas com autorização judicial em caso de suspeita de terrorismo e sabotagem. Ele defendeu a integração dos órgãos de inteligência do Estado, como a Polícia Federal com a Abin.
Questionado pelos parlamentares, Lacerda disse que vai investigar denúncias que vinculam a Abin a grampos e monitoramentos ilegais. "Se houver esse propalado monitoramento de escutas ilegais, saibam que vão ter problemas. Não admitirei. Sou um legalista e entendo que tudo tem de ser apurado. Na PF era assim e na Abin não será diferente", afirmou. A idéia da permissão para Abin poder fazer grampos telefônicos em casos especiais foi bem aceita pelos parlamentares, inclusive pela oposição.
Lacerda recebeu muitos elogios de integrantes da comissão, inclusive do presidente, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), que apoiou a indicação. O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) informou que vai se empenhar pessoalmente pela aprovação do dispositivo que permitirá à Abin fazer escutas telefônicas.