No ano em que a Prefeitura de São Paulo promete retomar o programa de recapeamento na cidade, metade dos recursos previstos no Orçamento para obras de pavimentação e manutenção de ruas foi congelado. Dos R$ 242 milhões que seriam destinados a serviços de melhoria das vias paulistanas, R$ 120 milhões estão retidos.
Temendo uma queda na arrecadação por causa da crise econômica, a administração municipal também congelou os investimentos em recapeamento, no ano passado. A arrecadação, no entanto, foi 3,6% maior que em 2008, sem correção da inflação. O reflexo dessa decisão é sentido agora pela cidade, no período das fortes chuvas, quando os alagamentos facilmente abrem buracos.
Na semana passada, a reportagem percorreu 114 quilômetros pelas principais ruas da capital paulista e contou 288 buracos: um a cada 400 metros. Significa dizer que o motorista que circula numa velocidade de 25 km/h (a média do pico da manhã) encontra um buraco por minuto.
O superintendente das Usinas de Asfalto, Eugênio Pavicic, admitiu que as deformações do asfalto foram agravadas pelas chuvas e pelo atraso do recapeamento no ano passado. Com alagamentos, fica mais difícil também manter o ritmo das operações tapa-buraco.
O congelamento dos recursos para manutenção de ruas faz parte de um contingenciamento de R$ 2 bilhões anunciado há duas semanas pelo secretário municipal de Planejamento, Rubens Chammas. O Orçamento total é de R$ 27,9 bilhões para este ano. A gestão Gilberto Kassab (DEM) alega que os recursos foram represados para novos projetos. Procurada para comentar o congelamento de verbas de recapeamento, a Prefeitura não respondeu até as 20 horas de ontem. As informações são do Jornal da Tarde.