A juíza federal Simone Barbisan Fortes retirou sete nomes da lista de 40 réus do processo contra envolvidos na fraude que desviou R$ 44 milhões do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Rio Grande do Sul, em decisão tomada nesta semana. Depois da análise da defesa prévia apresentada pelos advogados dos acusados, a juíza entendeu que faltam provas contra sete acusados. O processo contra os outros 33 réus prossegue. Em fevereiro serão ouvidas as testemunhas de acusação.
A juíza retirou da lista de réus Marilei de Fátima Brandão Leal, Damiana Machado de Almeida, Rafael Höher, Fernando Osvaldo Oliveira Júnior, Luiz Gonzaga Isaia, Ricardo Höher e Francene Fabrícia Fernandes, todos ligados a empresas ou fundações que teriam participado do esquema. A fraude foi descoberta pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF) no final do ano passado.
A investigação indicou que desde 2003 o Detran contratava sem licitação fundações ligadas à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para a elaboração e aplicação de testes para emissão de carteiras de motorista. Os serviços eram terceirizados para diversas empresas, que superfaturavam suas cobranças e ofereciam partes de seus lucros a diretores da autarquia.
Entre os envolvidos estavam pessoas próximas das cúpulas de partidos integrantes do governo do Estado, como o PSDB, o PMDB e o PP, o que chegou a provocar uma crise política no governo Yeda Crusius (PSDB). O MPF e o relatório oficial de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa concluíram que a fraude foi praticada com objetivos de enriquecimento pessoal e não abasteceu campanhas políticas.