Rio (AE) – A Procuradoria da Justiça Militar do Rio iniciou um novo levantamento entre as Forças Armadas para contabilizar o número de armas desviadas de depósitos militares no Rio nos últimos dois anos. O objetivo, explica o promotor Antônio Carlos Facuri, é identificar casos não registrados entre 2004 e 2006 e contabilizar quantos dos furtos de armamento notificados deram origem a inquéritos militares que resultaram em punições e recuperação do material na Marinha, no Exército e na Aeronáutica. ?Ainda estamos no início do trabalho, colhendo dados. A idéia é fazer esse esforço a cada dois anos?, diz Facuri, que divide a tarefa com outros dois promotores da Justiça Militar: Aílton José da Silva e Ana Cristina da Silva.
O trabalho servirá de atualização de um levantamento anterior, que identificou 99 armas desaparecidas de quartéis entre 1999 e 2004. A maioria, 67, foram retiradas de dependências da Aeronáutica. Um caso emblemático foi o roubo de 22 fuzis HK-33 do Depósito de Aeronáutica do Rio de Janeiro (Darj), na zona norte da capital, em maio de 2004. Para os promotores, os roubos sempre têm a conivência de militares das unidades. O destino delas é o tráfico de drogas. ?O Rio é o local onde mais acontecem roubos a unidades militares, mas é também onde há o maior efetivo do País. Cerca de 80% da Marinha está no Rio. A disponibilidade das armas acaba chamando a atenção dos bandidos?, diz Facuri.
Segundo o promotor, o levantamento que deve ficar pronto até o fim do ano e será acompanhado de uma série de recomendações para a prevenção dos crimes.
