A Justiça Federal concedeu liminar que determina a suspensão de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em mais um município de Mato Grosso – desta vez na capital, Cuiabá. A decisão, tomada pelo juiz substituto da 3ª Vara Federal na cidade, Pedro Francisco da Silva, amplia para três o número de municípios atingidos pela paralisação, uma lista que inclui ainda Rondonópolis e Várzea Grande.

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À frente da investigação que levou à suspensão nas três cidades – as maiores do Estado em orçamento, densidade demográfica e carências -, o procurador da República Thiago Lemos de Andrade vê ?graves irregularidades? no programa. Ele avalia que o governo federal e as administrações municipais violam a Lei de Licitações movidos por objetivos políticos.

?Há uma certa pressa, um certo açodamento em realizar essas licitações?, apontou. ?Esse é o programa, é a bandeira do governo atual. Então, eles querem apresentar dados, querem mostrar que o programa tem sido bem-sucedido?. Para ele, o prazo fixado pela União para início das obras é exíguo. ?Os municípios também têm pressa. Estamos em ano eleitoral, é compreensível que queiram apresentar realizações.

O PAC nas três cidades está orçado em R$ 521 milhões – 84% da União, 16% de contrapartida dos municípios e do Estado. São obras de saneamento, instalação de rede de água tratada, pavimentação de ruas e construção de conjuntos habitacionais. O procurador alertou que tomará novas medidas se houver indícios de intenção deliberada de fraudar licitações. Mas ressaltou que, por enquanto, não houve denúncia nessa direção.

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As prefeituras citadas garantiram que vão cumprir as determinações judiciais e informaram que todos os procedimentos obedecem ao princípio da transparência, pois são realizados em audiências públicas.

O secretário de Comunicação de Várzea Grande, Jeverson Missias, disse que a decisão da Justiça é referente a uma das obras. Outros lotes do PAC, segundo ele, estão sendo tocados normalmente. O procurador-geral de Cuiabá, José Antonio Rosa, destacou: ?As providências já foram tomadas antes mesmo da decisão judicial.?

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