Justiça federal manda investigar Paes de Barros

Cuiabá – O juiz Julier Sebastião da Silva, da 1.ª Vara Federal em Mato Grosso, determinou a abertura de inquérito para apurar denúncias contra o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) com base em documentos encaminhados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI Mista do Banestado) que apurou as responsabilidades sobre a evasão de divisas do Brasil.

No relatório, Paes de Barros é acusado pelo deputado José Mentor (PT-SP), relator da comissão, de tentar obstruir e proteger o bicheiro João Arcanjo Ribeiro, acusado de ser o chefe do crime organizado em Mato Grosso. Sebastião da Silva também determinou a remessa de todos os documentos ao Ministério Público Federal (MPF), com vistas à investigação criminal.

José Mentor sustenta no documento que o senador tucano impediu a realização de diligências pertinentes a Arcanjo e escondeu documentos importantes relacionados ao caso.

Paes de Barros é acusado de desaparecer com 172 ofícios que tratam de informações sigilosas bancárias, fiscais e telefônicas. ?Os fatos configuram, em tese, crimes que precisam ser apurados?, disse o juiz.

Em seu despacho ao MPF, o juiz cita a sentença que condenou João Arcanjo Ribeiro a 37 anos de reclusão por crimes como formação de quadrilha, evasão de divisa e sonegação de imposto, entre outros crimes.

Segundo o juiz, há constatação de que dinheiro oriundo da organização criminosa, comandada pelo bicheiro, foi usado nas campanhas do senador Antero de Barros em 1998 e em 2002, conforme consta no inquérito aberto pela Polícia Federal – o de número 2004.36.00.009513-4. Laudo da PF confirma que o comitê de campanha de Antero de Barros movimentou R$ 240 mil distribuídos em 84 cheques nas contas de campanha do senador ao governo do estado.

Além do envolvimento do senador com o bicheiro, o juiz determinou à PF abertura de inquérito para investigar a venda do Banco Excel-Econômico para o Banco Bilbao Viscaya (BBV), apurando-se a participação do ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, e a suspeita de utilização de títulos públicos estrangeiros na transação. O senador negou a acusação relacionando seu nome ao do bicheiro. Ele disse que vai processar o juiz e o deputado José Mentor.

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