Justiça deve ouvir cinco testemunhas de acidente da Gol

Ao menos cinco testemunhas faltam depor na Justiça Federal em Sinop (MT) a fim de esclarecer as circunstâncias do acidente com o avião da Gol em setembro do ano passado, o segundo maior da aviação brasileira. Os interrogatórios dos quatro controladores de vôo foram concluídos na noite de ontem.

O juiz federal Murilo Mendes informou que os últimos depoimentos serão transcritos e distribuídos aos advogados. Em seguida, será marcada a data para os depoimentos das testemunhas. Á Justiça, os controladores de vôo não acrescentaram nenhuma informação relevante, além do que já haviam informado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo.

Além dos quatro controladores, os dois pilotos do jato Legacy são acusados pelo Ministério Público de "atentado contra a segurança de transporte aéreo", com agravante pelas mortes. Segundo o Ministério Público, o controlador Felipe dos Santos Reis não informou aos pilotos do Legacy a mudança de altitude. O jato deveria voar a 37 mil pés até Brasília e, depois, baixar para 36 mil pés. Felipe negou a acusação. Ele disse que só autorizou a primeira parte da viagem, entre São José dos Campos (SP) e Brasília. Neste trecho, segundo ele, não havia mudança de altitude, conforme o plano de vôo.

Contradição

O plano de vôo do Legacy, porém, de acordo com investigações do MP previa duas mudanças de altitude no trajeto de São José dos Campos até Manaus (AM). Uma delas, logo após a passagem por Brasília, quando o nível de cruzeiro deveria ser reduzido a 36 mil pés. Os dois aviões se chocaram a 37 mil pés, no Norte de Mato Grosso.

O sargento Jomarcelo Fernandes dos Santos não respondeu nenhum pergunta do juiz. Ele, segundo o Ministério Público, não comunicou aos pilotos do Legacy a necessidade de mudança de altitude. O terceiro a depor foi Lucivando Tibúrcio de Alencar, que ocupou o lugar de Jomarcelo no Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 1), de Brasília. Ele afirmou que não foi informado de problemas no trajeto do jato e, por isso, não fez contato imediato com os pilotos. O último controlador a prestar depoimento, Leandro José Santos de Barros, citou deficiências nos equipamentos de controle aéreo na região amazônica.

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