A Justiça quebrou o sigilo fiscal, telefônico e bancário de 92 policiais civis suspeitos de participação em um esquema de pagamento de propinas da máfia de caça-níqueis em São Paulo. A informação foi confirmada ontem na Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa pela delegada corregedora Cintia Maria Quaggio, que conduz o inquérito sobre suposta fraude em departamentos policiais para evitar a apreensão das máquinas na capital – esquema que seria capitaneado pelo advogado Jamil Chokr.

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Segundo a delegada, a maior parte dos policiais ocupava o cargo de investigador chefe e foi transferida para setores administrativos da Polícia Civil. Destacou que muitos dos suspeitos têm antecedentes criminais e confirmou que na lista há também delegados, mas nenhum diretor de Seccional. ?A Corregedoria tem autonomia e se algum superior estiver envolvido ele será investigado?, garantiu Cintia ao ser indagada pelos deputados se teria competência para investigar superiores, uma vez que a cúpula da polícia não foi citada.

A delegada sustentou que ?há muitos indícios até o momento? de que o esquema existia de fato e contava com muitos policiais. ?Tanto que já foram pedidos e deferidos a quebra dos sigilos dos 92 policiais que estavam nas agendas do advogado (Chokr)?, justificou. ?Mas estamos no meio da investigação, primeiro preciso cruzar todas as informações, que ainda nem chegaram, para posteriormente dizer como o esquema funcionava ou se ele nem existia?, disse, reclamando da demora das empresas telefônicas, bancos e Receita Federal para enviar os dados autorizados judicialmente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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